terça-feira, 6 de julho de 2010

Sobre meditação...

Os homens têm sido afligidos por sofrimentos, medos e angústias incontáveis, e geralmente pensam que tanto os sofrimentos, bem como a felicidade, surgem de circunstâncias exteriores, no entanto, não existe essa dependência fundamental do exterior e sim da própria mente. Uma atitude de mente positiva gera a felicidade, uma atitude negativa produz o sofrimento.
Como compreender esse engano que nos faz procurar fora aquilo que podemos encontrar dentro? Uma pessoa de rosto limpo e nítido ao se olhar em um espelho vê um rosto limpo e nítido; no entanto, aquela cujo rosto está sujo verá apenas um rosto sujo. As aparências externas refletem a natureza positiva ou negativa enviadas por nossa própria mente. Se esquecermos o rosto, o que verdadeiramente existe, tomaremos seu reflexo por real.
A manifestação exterior é uma resposta à qualidade de nosso mundo interior. A felicidade que desejamos não virá da reestruturação do mundo que nos cerca, mas da reforma de nosso mundo interior. Enquanto não reconhecermos que felicidades e sofrimentos têm sua origemem nossa própria mente, enquanto não soubermos distinguir o que, por nossa mente, é proveitoso ou nocivo, permaneceremos impotentes para estabelecer um estado de felicidade autêntica.
Ao meditarmos, passamos a ver com maior clareza os nossos preconceitos e apegos, e isto faz com que procuremos aperfeiçoar-nos. A observação simples, honesta, não verbal, dos nossos processos mentais e emocionais produz de fato uma mudança no modo como encaramos as situações e as pessoas que encontramos.

O efeito final é uma aproximação à vida que se manifesta em atitudes de não rejeição, de verdade, de desapego e sem ceder ao auto-engano. Tornando-nos menos propensos a tirar proveito egoísta da natureza ou do próximo, bem como fechar os olhos as necessidades alheias e aos efeitos das nossas vidas no meio ambiente.

“Assim, ao mudar sua mente você modifica tudo.
Se pudermos compreender apenas este ponto, veremos que não
há nada errado do lado de fora; está tudo na mente.
Ao corrigir nossa visão corrigimos as coisas exteriores.
Quando eliminamos o amarelo dos nossos olhos ao curar icterícia, nada parece amarelo.
Mas sem curar a doença, por mais que lavemos as coisas à nossa volta,
não as tornaremos brancas,azuis ou verdes.
Elas estarão sempre amarelas.”(SATCHIDANANDA, 2000, p.09)

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