O sol estava se pondo, proporcionando um espetáculo incrível de cores, fiquei muito tempo dançando, me transformando em pequenas particulas de som.
E então chegou a noite, aconchegante, quente, confortável... e me fez dormir na rede...
E quando eu acordei o mundo inteiro estava azul...
Saudades.
Demais.
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Acontecem coisas estranhas quando estou num espaço muito amplo. Uma vontade de voar, parece que bastaria abrir os braços para fundir-me com o céu. Ao mesmo tempo, dá vontade também de ficar na terra, e viver, viver muito, com todas as miudezas do cotidiano. Impressão de ser maior que tudo, sensação de força, certeza de vitória, vitória tão certa e fácil como a coisas da natureza que se mostram ali. E também uma grande humildade, consciência de ser ínfimo em relação ao azul-azul do céu, ao azul-em-cor do rio. Procuro palavra para definir o que sinto e não encontro. Talvez elas nem sequer existam, talvez seja apenas um fluxo mais forte de vida abrindo os sentidos, embrutecendo o raciocínio.
Caio Fernando Abreu in Limite Branco
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